Foto: Sophia Bassi |
Proporcionando cursos gratuitos de artes em geral para moradores da
cidade de Carapicuíba e outras regiões, a Abenaf é uma das ONG’s que mais ajuda
na inclusão social. Fundada em 2002, ela possui como cursos teatro, danças como
street break e ventre, fotografia, audiovisual e jornalismo. As aulas são
realizadas aos sábados de manhã na FIEB de Carapicuíba e na Escola Estadual
Toufic Joulian.
Sob a administração do jornalista Joel Miranda, os professores trabalham
voluntariamente e ajudam com o necessário. “A ideia da Abenaf surgiu quando eu
frequentava o Sesc de São Paulo”, disse Joel Miranda, fundador da ONG. “Eu
pensei ‘vou criar uma ONG voltada a cultura’. Então, uni voluntários e tivemos
auxílio federal por três anos e multiplicamos no decorrer do tempo. Percebi que
a Abenaf e pessoas de bom coração podem ajudar outras pessoas”.
Quanto a questão financeira, os voluntários se unem para que a ideia da
Abenaf continue por muito tempo ainda. “Inicialmente, fazemos eventos para
arrecadar fundos”, afirma Joel. A inscrição é de R$ 20,00 para custear, mas não
é obrigatório. Se a pessoa disser que não tem condições, nos entendemos. Só
cobramos de quem realmente vai fazer [os cursos]. O que arrecadamos, compramos
equipamentos. Ainda vamos montar uma biblioteca”.
Foto: Sophia Bassi |
Os professores procuram se dedicarem ao máximo ao ensinar seus alunos e
que eles possam tirar o maior proveito das aulas, como afirma o professor de
teatro e irmão de Joel, Josimar Miranda, formado na Escola de Artes Macunaíma.
“Nosso objetivo é transformar pessoas. Que elas possam se auto avaliarem e se
enxergarem, despertando nelas transformação. O teatro ajuda elas a saírem da
zona de conforto e se tornarem críticas. Eu me preocupo com o individual de
cada um. Cada um vem com um bloqueio e uma história diferente”. Estas aulas
artísticas, mesmo sendo gratuitas, possuem a mesma didática de aulas particulares,
porém sem que o foco seja em profissionalizar.
Já a professora de dança Francis Rosa se preocupa com o físico que os
alunos terão ao longo das aulas. “O intuito é ir além do condicionamento
físico. É tirar o medo, desafiar os movimentos e levar para a vida deles
autoconfiança”, afirma ela. “Tenho como cuidado de acordo com o perfil do
grupo. Se é um grupo mais velho há um tipo de cuidado; se for criança, é
preciso ter mais paciência”.
Para os alunos Jardel Ferreira dos Anjos Lima, de 19 anos e Dayeny Gomes
Calheiros, de 22 anos, que já estão na Abenaf há cinco anos, já foram alunos de
teatro e agora cursam dança, a ONG teve muita importância em suas vidas. “A
Abenaf mudou tantas coisas em minha vida. Mudou no sentido de olhar a arte de
outra forma e as pessoas que convivem comigo”, disse Jardel. “E também é algo
que eu queria para minha vida, que é praticar dança profissionalmente. Graças a
Abenaf, faço curso técnico de dança”.
“Eu praticava ballet quando era pequena e voltei a fazer. A Abenaf mudou
minha vida completamente. Eu era uma pessoa totalmente introvertida, muda. E,
com o tempo, as pessoas me ajudaram a me desenvolver”, disse Dayeny.
Para que haja mais alunos interessados nos cursos, a Abenaf realiza um
sarau todo o fim de ano no Quintal Cultural, em Carapicuíba. Neste ano, o
evento será realizado dia 14 de novembro e a entrada custa R$ 5,00.
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