UNI 5

A Verdade Basta

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Carapicuíba tem espaço para cursos gratuitos de artes


Foto: Sophia Bassi
Proporcionando cursos gratuitos de artes em geral para moradores da cidade de Carapicuíba e outras regiões, a Abenaf é uma das ONG’s que mais ajuda na inclusão social. Fundada em 2002, ela possui como cursos teatro, danças como street break e ventre, fotografia, audiovisual e jornalismo. As aulas são realizadas aos sábados de manhã na FIEB de Carapicuíba e na Escola Estadual Toufic Joulian.

Sob a administração do jornalista Joel Miranda, os professores trabalham voluntariamente e ajudam com o necessário. “A ideia da Abenaf surgiu quando eu frequentava o Sesc de São Paulo”, disse Joel Miranda, fundador da ONG. “Eu pensei ‘vou criar uma ONG voltada a cultura’. Então, uni voluntários e tivemos auxílio federal por três anos e multiplicamos no decorrer do tempo. Percebi que a Abenaf e pessoas de bom coração podem ajudar outras pessoas”.


Quanto a questão financeira, os voluntários se unem para que a ideia da Abenaf continue por muito tempo ainda. “Inicialmente, fazemos eventos para arrecadar fundos”, afirma Joel. A inscrição é de R$ 20,00 para custear, mas não é obrigatório. Se a pessoa disser que não tem condições, nos entendemos. Só cobramos de quem realmente vai fazer [os cursos]. O que arrecadamos, compramos equipamentos. Ainda vamos montar uma biblioteca”.

Foto: Sophia Bassi

Os professores procuram se dedicarem ao máximo ao ensinar seus alunos e que eles possam tirar o maior proveito das aulas, como afirma o professor de teatro e irmão de Joel, Josimar Miranda, formado na Escola de Artes Macunaíma. “Nosso objetivo é transformar pessoas. Que elas possam se auto avaliarem e se enxergarem, despertando nelas transformação. O teatro ajuda elas a saírem da zona de conforto e se tornarem críticas. Eu me preocupo com o individual de cada um. Cada um vem com um bloqueio e uma história diferente”. Estas aulas artísticas, mesmo sendo gratuitas, possuem a mesma didática de aulas particulares, porém sem que o foco seja em profissionalizar. 


Já a professora de dança Francis Rosa se preocupa com o físico que os alunos terão ao longo das aulas. “O intuito é ir além do condicionamento físico. É tirar o medo, desafiar os movimentos e levar para a vida deles autoconfiança”, afirma ela. “Tenho como cuidado de acordo com o perfil do grupo. Se é um grupo mais velho há um tipo de cuidado; se for criança, é preciso ter mais paciência”.

Para os alunos Jardel Ferreira dos Anjos Lima, de 19 anos e Dayeny Gomes Calheiros, de 22 anos, que já estão na Abenaf há cinco anos, já foram alunos de teatro e agora cursam dança, a ONG teve muita importância em suas vidas. “A Abenaf mudou tantas coisas em minha vida. Mudou no sentido de olhar a arte de outra forma e as pessoas que convivem comigo”, disse Jardel. “E também é algo que eu queria para minha vida, que é praticar dança profissionalmente. Graças a Abenaf, faço curso técnico de dança”.
“Eu praticava ballet quando era pequena e voltei a fazer. A Abenaf mudou minha vida completamente. Eu era uma pessoa totalmente introvertida, muda. E, com o tempo, as pessoas me ajudaram a me desenvolver”, disse Dayeny.

Para que haja mais alunos interessados nos cursos, a Abenaf realiza um sarau todo o fim de ano no Quintal Cultural, em Carapicuíba. Neste ano, o evento será realizado dia 14 de novembro e a entrada custa R$ 5,00.

***